No
dia dos animais, eles dão lição aos humanos nas ruas de Petrópolis (RJ).
Inteligência
adaptativa.
Fotos mostram o mesmo cachorro atravessando três
faixas diferentes (Foto: Fernanda Soares / G1)
“Eles seguem o fluxo de pessoas. Já se tornou um hábito ir atrás da multidão. Poderiam atravessar em qualquer lugar, mas preferem a faixa”, afirma Benício Pacheco de Assis, de 40 anos, dono de uma banca de jornais na Praça Duque de Caxias, no Centro. No local vivem pelo menos cinco cães que recebem cuidados dos taxistas e outros grupos de pessoas. “Fico aqui o dia todo e a cena se repete diversas vezes”, diz o jornaleiro, se referindo aos “pedestres caninos”.
A veterinária com especialidade em comportamento animal, Christianne Moll, explica que os cães aprendem por experiência e por imitação/observação. “Eles foram ou assistiram a atropelamentos e observaram que a atenção para atravessar as ruas é essencial para sua integridade física”, destaca Moll.
Até mesmo os pombos podem adquirir hábitos “humanos”
(Foto: Fernanda Soares / G1)
Pretinho prefere atravessar na faixa de pedestre (Foto: Fernanda Soares / G1)
Para Ana Cristina, o que se vê no Centro de Petrópolis é uma prova de inteligência adaptativa, que é quando o animal aprende a resolver problemas conforme a experiência e estímulos recebidos.
Exemplo a ser seguido pelos humanos
Pretinho é um exemplo de cão que não se arrisca. Ele faz parte do grupo que “mora” na Praça Duque de Caxias, que fica próxima a cruzamentos perigosos onde foram registrados dois atropelamentos no ano passado. Para ir de um lado a outro, ele não “corta caminho” e obedece a sinalização.
Alguns motoristas se rendem ao encanto dos animais “conscientes”, como é o caso de Marcello Santos, de 35 anos. “Já parei várias vezes para o cachorro atravessar. É justo, já que ele aguardava na faixa”, brinca. Mas Marcello não acredita que haja lógica neste hábito. Na opinião dele, os animais apenas gostam de acompanhar o movimento das pessoas.
Por inteligência ou puro instinto, o fato é que este comportamento deveria fazer parte também da rotina da população. No ano passado, 120 pessoas foram atropeladas na cidade. Os dados são do 15º Grupamento de Bombeiro Militar. Somente nos dois primeiros meses de 2014, já foram 18 acidentes deste tipo. Parte deles poderia ter sido evitado se a população seguisse o exemplo dos cães.
Fonte: G1
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