Foto:
YouTube/AnimalsMedia.com
As redes
sociais estiveram alvoroçadas recentemente por causa de um novo vídeo que
mostra uma jovem orangotango que se tornou babá de um grupo de filhotes de
tigre. O vídeo viralizou e alcançou milhões de visualizações, fazendo sucesso
com as imagens dos amigos improváveis.
Mas,
embora essas cenas tenham um apelo irresistível superficialmente, não é preciso
ir fundo para perceber que não se trata de uma situação de fato tocante – na
verdade, elas escondem algo triste. As informações são do The Dodo.
As
imagens exageradamente do vídeo foram filmadas no Safari Myrtle Beach, do The
Institute of Greatly Endangered and Rare Species (T.I.G.E.R.S.), na Carolina do
Sul (EUA). Apesar da instituição descrever-se como um paraíso seguro para
animais exóticos, críticos conceituados chamam o local de “pseudo santuário”,
onde os animais são arrancados da companhia de suas mães para servirem como
adereços em cenas desse tipo.
“O
T.I.G.E.R.S. continua a usar o ângulo das “amizades improváveis entre espécies
animais diferentes” para explorar espécies ameaçadas e transmitir a falsa
impressão de que cuidam de modo adequado desses animais”, escreveu o grupo de
fiscalização Eyes On Apes.
O site
The Dodo contatou o T.I.G.E.R.S. por telefone para que comentassem esta
acusação de exploração animal mas foi atendido por uma gravação que dizia:
“Você
pode apoiar os nossos esforços de preservação participando do nosso encontro
fotográfico na Estação de Preservação. Durante este encontro, você poderá
colocar as mãos em um bebê de tigre e uma jovem macaca enquanto eles se sentam
em seu colo. Os encontros fotográficos custam a partir de 100 dólares por
pessoa (…)”.
Visitantes
pagam para tirar fotos com animais selvagens, que são retirados de suas
famílias e explorados para esse tipo de entretenimento humano. Foto:
T.I.G.E.R.S./Estação de Preservação
Os
animais são tratados como meros adereços para fotografias, deixando de viver
livres e de exercer seus instintos naturais. Foto: T.I.G.E.R.S./Estação de
Preservação
O
T.I.G.E.R.S. defende a sua campanha de levantamento de fundos (“Rare Species
Fund”) como um meio de reforçar a proteção à vida selvagem, mas as suas
atividades de caridade também têm sido questionadas. Em um exemplo dado pela
ONG Big Cat Rescue, o T.I.G.E.R.S. “doou” sete tigres para “um zoológico não
especialmente bom” na Tailândia, sob o pretexto de preservação.
A Eyes On
Apes menciona várias outras questões preocupantes envolvendo a organização,
incluindo inúmeras citações do Departamento de Agricultura (USDA), na esperança
de que os defensores dos animais percebam que as graciosas fotos com os animais
selvagens têm, na verdade, bastidores obscuros:
“Não
apoie esta exploração. Quando você receber um e-mail ou ver imagens de primatas
com outros animais no Facebook, no Twitter, no Pinterest, etc, aproveite a
ocasião para investigar onde os animais estão vivendo e, educadamente,
conscientize as pessoas sobre as verdadeiras circunstâncias que há por trás
disso”.
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