A
castração de animais é um assunto que gera muitas dúvidas para os donos. É
seguro? Faz bem para o animal? Quando fazer? Acompanhe a entrevista com o
médico-veterinário Luiz Carlos Nunes Arruda Júnior e tire suas dúvidas.
O que é a castração?
Castração
é a esterilização de um animal (macho ou fêmea), praticada para fins de controle
reprodutivo, podendo inclusive ser feita de forma química, em que é utilizada
substância causadora de esterilidade nos machos.
Como é no macho?
No
macho é feita por meio da retirada dos testículos (orquiectomia) e de forma
química, na qual é injetada uma substância nos testículos, que causa a
infertilidade.
Outra
forma de controle da fertilidade no macho é a vasectomia, em que é retirada
parte do ducto espermático, tornando o indivíduo infértil.
E na fêmea?
Na
fêmea a castração consiste na retirada cirúrgica do útero e dos ovários.
Existem
opiniões diferentes quanto à retirada de um ou de ambos os ovários.
É perigoso?
Não é
perigoso, os riscos envolvidos são os mesmos de qualquer procedimento
cirúrgico. Cabe ao médico-veterinário avaliar cada caso quanto aos riscos
potenciais.
A castração é indicada tanto para cães como para gatos?
Sim,
a castração é indicada para várias espécies em que se deseja fazer um controle
da fertilidade.
Quais os benefícios?
Através
da castração, evitam-se todos os transtornos decorrentes da reprodução e da
ação hormonal, como brigas, demarcação de território, fugas, doenças
sexualmente transmissíveis, etc.
Tem alguma idade indicada para fazer?
Conforme
a necessidade, a castração pode ser praticada em qualquer idade. Atualmente se
recomenda a castração de fêmeas antes do primeiro cio, pois assim também se
reduz muito a incidência de tumores de mamas.
Como é feita a cirurgia?
A
cirurgia deve ser feita por médicos-veterinários capacitados, em centros
cirúrgicos adequados às normas da Anvisa, respeitando a saúde do animal, de
forma que não produza nenhum tipo de sofrimento para o mesmo.
Como é a recuperação?
A
recuperação costuma ser tranquila. O pós-operatório é tão importante quanto a
cirurgia em si, e consiste no uso de antibióticos e curativos locais, além de
restrição de exercícios físicos que possam comprometer a recuperação.
A cirurgia tem algum risco?
Toda
cirurgia envolve riscos. Cabe ao médico-veterinário avaliar, juntamente com os
donos do animal, o grau de risco que envolve o procedimento, dependendo das
condições de saúde do animalzinho.
Qual o tipo de anestesia tomada?
Existem
diferentes tipos de anestésicos utilizados na medicina veterinária, o
médico-veterinário irá indicar o anestésico que melhor se adequar às condições
da cirurgia.
Hoje
em dia tem-se utilizado muito as anestesias inalatórias, em função da segurança
que estas representam.
Quais os cuidados que o
dono deve ter em casa com o animal?
Em
casa o proprietário deve seguir à risca as recomendações do médico-
veterinário, cumprindo corretamente os horários das medicações (principalmente
antibióticos). Basicamente estes cuidados consistem em medicação oral,
curativos locais e restrição de exercícios.
É verdade que o animal sempre engorda depois da castração? Por quê?
Isto
ocorre em alguns casos, principalmente nos machos, mas pode ser evitado com um
programa nutricional adequado.
Esta
engorda pode estar relacionada à redução de atividades físicas, pois o macho
castrado reduz muito atividades que antes praticava por estímulo hormonal, como
demarcação de território, busca e disputa de fêmeas, etc.
Existe alguma desvantagem para o animal?
Para
o animal, a castração não representa desvantagem significativa.
É verdade que aumenta o risco do hipertireoidismo e do câncer cardíaco
no animal?
Existem
algumas controvérsias quanto a estes aspectos, mas em geral hoje em dia este
ainda é um risco pouco significativo e pode estar associado mais a caráter
hereditário do que à cirurgia em si.
É verdade que animais castrados são mais tranquilos?
Geralmente
observamos um comportamento mais pacífico em animais castrados, porém não
podemos fazer disto uma regra.
Fonte:
Id Med Pet