Muitos tutores de gatos e cachorros se deparam com o dilema de castrar ou
não os animais. No entanto, apesar de aparentar ser um procedimento invasivo,
veterinários reforçam que a castração é um ato de amor aos animais, que ficam
protegidos de enfermidades da idade, doenças sexualmente transmissíveis e de
brigas com outros bichos, que podem levar à morte.
O controle da população de animais que vive nas ruas também pode ser
diminuído com a castração e evita que os bichos sejam sacrificados e transmitam
doenças.
A castração em fêmeas, tanto em gatos quanto em cachorros, diminui a
probabilidade de os animais terem câncer de útero e mama, além de evitar os
sintomas da gravidez psicológica e do cio, que podem incluir, além do
sangramento, febre, vômito e diarreia.
Em machos, a castração evita tumores testiculares, a agressividade motivada
pela excitação sexual, além de fugas e brigas, que podem ferir e até matar os
animais, como explica a médica veterinária, Dra. Fabiana Frota.
“A gente tem casos gravíssimos de animais não só de rua, mas de casa, que
seriam evitados com a castração. Recentemente tive dois bit bulls que brigaram
por causa de uma fêmea, um deles não resistiu e veio a óbito porque não
aguentou os ferimentos”.
A veterinária também conta que são frequentes os casos de gatos que fogem,
brigam com outros gatos e ainda levam banhos de água ou óleo quente quando estão
em busca de acasalar.
“O gato é mais difícil de segurar, é quase impossível deixar um gato preso
dentro de casa, então, se ele não for castrado, está vulnerável a qualquer tipo
de situação”, diz a médica.
Métodos de Esterilização
Existem três métodos de esterilização, a ovariohisterectomia, quando o útero
e os ovários são retirados, orquiectomia, quando acontece a retirada dos dois
testículos, e a vasectomia, que interrompe a passagem dos espermatozoides.
As mais comuns são a ovariohisterectomia e orquiectomia, já que a vasectomia
não anula 100% das chances de o animal ter crias.
A castração pode ser feita em qualquer época da vida do animal. Segundo a
veterinária Fabiana Frota, é aconselhável que a cirurgia aconteça após os oito
meses.
“A castração só tem benefícios, não posso dizer que não há riscos porque
toda cirurgia tem riscos, mas é relativamente rápida e em 24 horas o animal já
está bem. Os pontos podem ser tirados em apenas dez dias”.
Mitos e Verdades
Segunda a médica, a castração ainda é vista de forma equivocada por muitas
pessoas, inclusive pelos tutores.
“Existem muitos mitos que dizem que o animal vai ficar mais gordo, o que não
ocorre se o tutor passear com ele. A castração também não é um crime de
mutilação. Crime de mutilação é o corte de rabo e orelha, o que o veterinário
não pode fazer. A castração é um ato de amor porque previne doenças que 90% dos
animais vão ter quando atingirem a idade de oito anos”, reforça Frota.
Tranquilidade dos animais e tutores
José Carlos Rocha e a filha são tutores da pequena Sury, da raça lhasa apso,
de pouco mais de um mês. Ele conta que pretende esterilizar a cadela, mas
somente após ela ter os primeiros filhotes.
“Já tivemos uma cadela com câncer, mas como pretendemos que ela tenha
filhotes, só vamos castrá-la no futuro”, diz ele.
A estudante Vanessa Facundes possui um gato e uma cadela castrados. “No gato
é muito perceptível a mudança causada pela castração. Ele fica mais tranquilo e
não sai para brigar com outros gatos. A cadela também fica mais tranquila, além
de estar menos vulnerável a ter câncer de mama e de útero”, reconhece.
Saúde Pública
A veterinária Fabiana Frota ressalta que a preocupação com a castração de
animais também deve envolver o poder público. A superpopulação de animais nas
ruas pode acarretar diversos problemas para a saúde humana, como a transmissão
de hepatite, leptospirose e raiva.
“A castração não tem que ser só particular, mas tem que ter uma parte no
governo interessada nisso, porque a questão de números de animais na rua é caso
de saúde pública. Além disso, ninguém gosta de ver um animal sofrendo e
morrendo na porta de casa”, diz a veterinária.
Em Guarujá, no litoral de São Paulo, através de uma emenda parlamentar, a
prefeitura conseguiu, em janeiro deste ano, R$ 200 mil para castração de dois
mil cães e gatos de rua. As cirurgias serão feitas com apoio de clínicas
veterinárias particulares.
A reportagem procurou por quatro vezes a Secretaria Municipal de Saúde
(Semsa), responsável pelo Centro de Zoonozes de Rio Branco, para prestar
esclarecimentos sobre como o procedimento é feito na capital, mas ainda não
obteve resposta.
Fonte: Página 20
I really enjoyed reading this article! I have just launched a book on Lhasa Apso care , here is the link http://www.amazon.co.uk/dp/B00KHQVD30
ResponderExcluir