Ar puro,
vida livre, passeios, brincadeiras e exercícios físicos devem estar inseridos
na rotina de todo animal doméstico. São medidas que promovem a saúde e a
longevidade destes animais, assim como a de humanos. Mas em um país tropical
como o Brasil, o verão pode atingir temperaturas muito altas, tornando a rotina
de passeios e exercícios em horários de pico solar extremamente perigosa.
Não é
incomum a alta incidência de casos clínicos de urgência nos Hospitais
Veterinários por insolação durante o período do verão. Um simples passeio em
horário de pico solar pode levar o animal a uma condição de hipertermia, ou
seja, a temperatura corporal é elevada e o organismo acaba enfrentando
dificuldades para resfriar adequadamente.
O
cachorro, por exemplo, tem sua temperatura corporal em condições normais por
volta dos 39°C, mas ao alcançar em média 42°C, entra em um estado crítico, com
risco de óbito, segundo informações da médica veterinária Patrícia Ybañez, que
atua no Hospital Cães e Gatos 24 horas, de Osasco, no Estado de São Paulo.
Foto:
Notícia Animal
De acordo com a profissional, o risco ocorre pois a alta temperatura corporal faz com que as enzimas que atuam na condição de equilíbrio do corpo comecem a desnaturar, ou seja, perdem sua função. A condição é emergencial.
De
maneira geral, os sintomas incluem a respiração ofegante (no caso de cães),
pois, junto aos coxins, essa é a única via que estes animais dispõem para se
refrescar, já que eles não possuem mecanismos de transpiração. Ao notar esse
sinal, o tutor deve imediatamente oferecer água fresca ao animal e conduzi-lo a
um local sombreado. Se a condição piorar para um quadro de desmaio, é
necessário que o animal seja imediatamente levado a uma clínica ou hospital
veterinário.
Entre as
medidas de tratamento da insolação, está a refrigeração do corpo com blocos de
gelo, além de fluidoterapia para regular a desidratação decorrente do quadro e
oxigenoterapia, para regular a respiração. Há, no entanto, que reforçar que
casos de óbito são comuns, especialmente em cães de focinho curto
(braquicefálicos). E mesmo com a recuperação do animal, algumas sequelas podem
persistir por toda a vida, tendo em vista que a condição afeta os órgãos de
maneira geral, podendo causar danos irreversíveis nos rins, distúrbios
cerebrais, cardiopulmonares, etc.
Cuidados
especiais com animais braquicefálicos
São
chamados de braquicefálicos os animais com o focinho curto, como cães das raças
Pug, Boston Terrier, Pequinês, Boxer, Buldogue Inglês, Shih Tzu, Dogue de
Bordeaux ou gatos persas. Estes animais podem sofrer da “Síndrome
Braquicefálica”, decorrente de alguns aspectos da sua anatomia, que incluem:
estreitamento das narinas externas e obstrução da faringe por dobras de tecido
mole em excesso. A traqueia também pode se apresentar bem estreita.
Animais
braquicefálicos, portanto, têm uma dificuldade natural de respiração. Se
sofrerem insolação, a consequência do óbito é mais perigosa.
O que
fazer
Para
evitar que o animal apresente quadros de insolação, evite passeios longos
durante o verão. Procure ajustar os horários de saída para antes das 9 horas ou
após às 19 horas. Respeite os limites do animal, especialmente se ele for idoso
ou braquicefálico.
Outra
alternativa para quem tiver oportunidade, é manter o condicionamento físico do
animal através da hidroterapia. Você pode programar sessões semanais de
hidroesteira e natação, que além de garantir acesso a um exercício mais
prazeroso no verão, também elimina possibilidades de lesões articulares e
queimaduras nos coxins.
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