Clínica veterinária pode ter realizado o primeiro transplante de medula
óssea em animal de Uberaba. Quem recebeu a doação foi o cão de nome Duque, que
ainda é filhote e chegou à clínica em estado crítico e sintomas de cinomose –
doença altamente contagiosa provocada por vírus.
Para tentar a cura, a última alternativa foi o transplante e, segundo a
médica veterinária que fez o procedimento, Waniele Rodrigues Terra, os
resultados foram ótimos e não houve sequelas, como acontece sempre. “O Duque
chegou à clínica em estado de choque. Inicialmente não foi possível
diagnosticar a cinomose, pois antes dos exames adotamos medidas de suporte para
que ele sobrevivesse ao atendimento de urgência. Assim que houve melhoras,
descobrimos a doença, ele já entrou no quadro neurológico e, como última medida
de tratamento, resolvi fazer o transplante de medula óssea, que é rica em
células-tronco e tem capacidade de regenerar o sistema nervoso central do
animal”, explica a veterinária.
Waniele disse ainda que observou melhoras em outros sistemas, por conta da
regeneração. Mas ela destaca que esse procedimento não pode ser adotado em
qualquer animal, isso depende das condições de saúde, considerando a etapa da
doença, se está avançada ou não. É preciso que ele consiga sobreviver para que
seja realizado o transplante. Além disso, o mais difícil é encontrar um doador,
que deve ser um animal saudável, filhote de quatro a seis meses de idade, pois
ele será sedado para fazer a coleta. A prática em Uberaba ainda é recente, mas
em grandes centros já existem pesquisas e muitos animais foram salvos através
do transplante da medula óssea. “Esta foi a primeira vez que fiz o transplante
e, pelo que sei, este foi o primeiro em Uberaba, não tenho notícia de outro
caso”, diz.
Os tutores de Duque estão felizes demais com o resultado. Depois de tudo que
passou, dois meses de tratamento, pois ele chegou à clínica no dia 3 de outubro
e somente recebeu alta nos últimos dias. “Estamos bastante felizes, ainda mais
porque ele saiu ileso, sem nenhuma sequela, o resultado foi positivo, e ele
está bem agora”, afirma o estudante Pedro Henrique Batista, lembrando que
quando chegou à clínica não tinha esperança de cura, já estavam pensando em
sacrificar o animal por conta do sofrimento que a cinomose traz ao cão.
Segundo a veterinária, existe vacina contra a cinomose e deve ser aplicada
no animal ainda filhote, depois dos 45 dias de nascimento. A melhor dica é
procurar o médico veterinário, pois ele passará todas as orientações. É preciso
fazer um protocolo de vacinação do animal.
Fonte: Jornal da Manhã
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