Foto: AFP
– Agence France-Presse
A
companhia americana de parques temáticos aquáticos Seaworld anunciou nesta
sexta-feira que construirá novos tanques gigantes para suas orcas, depois que o
cativeiro dos cetáceos causou polêmica e afetou os lucros da empresa. Em nota,
a Seaworld Entertainment informou a “incorporação de um enorme e inédito
ambiente artificial para orcas em seus três parques” com animais marinhos.
Os
dias em que o SeaWorld costumava driblar o criticismo parecem ter chegado ao
fim. Em um claro sinal de que o parque aquático está falindo, as ações da
companhia desvalorizaram-se em mais de 30% após a divulgação de uma receita
trimestral “decepcionante”. As informações são do The Dodo.
O anúncio
foi divulgado dois dias depois de o SeaWorld, com sede na Flórida (sudeste dos
EUA), informar a queda de 5% em seus ganhos no primeiro semestre, provocada,
entre outras coisas, pela pressão exercida pelos defensores dos animais contra
o uso de orcas para espetáculos – admitiu a própria empresa.
O
primeiro tanque, que será construído em seu parque em San Diego, Califórnia,
conterá quase 38 milhões de litros d’água, ocupará 6.000 metros quadrados de
superfície e terá 15 metros de profundidade, informou a empresa. O novo hábitat
das orcas, que dobrará em dimensões os atuais, será concluído em 2018. Os
outros parques, em Orlando, Flórida, e San Antonio, no Texas, também incluirão
novos tanques.
A
SeaWorld acrescentou no comunicado que também destinará US$ 10 milhões “ao
estudo e à proteção de orcas em seu ambiente natural, assim como do oceano onde
vivem”. A campanha contra o uso das orcas em espetáculos alcançou um pico no
ano passado, com o lançamento do aclamado documentário “Blackfish”, que
investigou o impacto do cativeiro nas orcas do SeaWorld e o ataque de uma
delas, Tilikum, que resultou na morte de um treinador.
O grupo
Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais (PETA, na sigla em inglês) qualificou
o anúncio do SeaWorld de uma tentativa da empresa de ganhar tempo, em um
momento em que “o povo compreende o sofrimento das orcas em cativeiro”. “O que
poderia salvar a empresa seria o reconhecimento de que precisa não de tanques
maiores, mas levar as orcas para santuários marinhos para que possam voltar a
sentir o oceano e escutar seus familiares (…). Uma prisão maior continua sendo
uma prisão”, afirmou a PETA. No passado, a PETA tentou, sem sucesso, acionar o
SeaWorld, alegando que trata as orcas como escravas, violando a Constituição
americana.
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