Gregory Berns,
professor de neuroeconomia da Emory University, nos Estados Unidos, fez uma
pesquisa por dois anos com o intuito de entender o funcionamento do cérebro dos
cães e descobrir o que eles pensam sobre as pessoas. Após vários testes e
experimentos, ele concluiu que os cachorros usam a mesma parte do cérebro
humano para sentir.
Para isso, o
pesquisador usou uma máquina de ressonância magnética, capaz de analisar o
cérebro humano. Os exames foram feitos com os animais completamente acordados,
e não anestesiados. Desta forma o exame permitiu mapear pela primeira vez as
reações cerebrais dos cachorros a estímulos. Todos os cães que participaram
foram voluntários e podiam desistir de participar da pesquisa quando quisessem.
Para que o
teste pudesse ser feito com cão imóvel, Berns contou com a ajuda de Mark
Spivak, um treinador de cães que o ajudou a ensinar Callie, a cachorra do
pesquisador e a primeira voluntária, a ficar imóvel durante o procedimento da
ressonância magnética. Após alguns meses, dezenas de cachorros se tornaram
voluntários na pesquisa.
Os mapas
cerebrais gerados pela máquina comprovaram que os cães usam a mesma parte do
cérebro humano para prever situações prazerosas: o núcleo caudado. Essa área,
entre o tronco cerebral e o córtex, é rica em receptores de dopamina e costuma
ficar mais ativa nos humanos diante de situações que envolvam comida, amor e
dinheiro. Também foi essa a região estimulada nos cães quando simularam que
receberia um petisco ou quando o tutor reapareceu após ficar alguns minutos
distante.
A médica
veterinária, Jamile Haddad, da Conspet Veterinária, de Foz do Iguaçu, aponta
também que, através do mapeamento cerebral, será possível abrir ainda mais o
leque de emoções animais que já foram há muito tempo descritas na literatura,
como por exemplo a compaixão, o altruísmo e até mesmo fenômenos perceptivos
mais complexos, como a telepatia e a premonição, cujo exemplo mais notório é a
do gatinho Oscar, que conseguiu prever a morte de 25 pacientes de uma
enfermaria de um hospital para idosos nos EUA, percepção esta que muitas vezes
escapa a compreensão atual da ciência.
Berns defende
que a capacidade de experimentar emoções positivas, como o amor e o apego,
significaria que os cães têm um nível de sensibilidade comparável a de uma
criança humana.
Fonte: CBN
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