De repente, algo trivial como caminhar torna-se um
martírio. Cada passo incomoda. Pular, brincar ou subir escadas não são mais
tarefas tão fáceis. O jeito é se movimentar o mínimo possível, para que as dores não
aumentem ainda mais. Assim como os humanos, os animais também sofrem com dores articulares —
mas, ao contrário de nós, não conseguem avisar quando algo não está indo bem.
Entretanto, basta um olhar atento ao bichinho para descobrir se ele está ou não
passando por maus bocados causados por inflamações nas
juntas.
A doença
de é um exemplo de problemas articulares que os cães — especialmente
os de grande porte, como rottweilers, pastores alemães e labradores —
podem enfrentar.
— Esses cães crescem muito e muito rápido, e as articulações
têm que aguentar o peso deles — conta o médico veterinário Carlos Augusto
Nunes.
Embora não levem à morte, complicações
nas juntas causam grande incômodo para o animal, que sente dores sempre que
precisa se movimentar. O resultado é um cachorro desanimado,
apático e que pode até ter os movimentos comprometidos.
Embora relacionadas a
animais idosos, Carlos
Augusto Nunes frisa que cachorros jovens
e os de pequeno porte também podem desenvolver doenças nas articulações — tudo
vai depender do modo como você trata seu bichinho. Uma alimentação não
balanceada pode fazer com que o cachorro ganhe ainda mais peso (o que exigiria
ainda mais das juntas e agravaria o problema). Exercícios físicos em excesso
também prejudicam a saúde do animal, que corre mais riscos de romper um
ligamento ou sofrer contusões que podem levar ao trauma articular.
Mas claro que nem tudo é culpa dos donos. O veterinário
José Lino Martins explica que as doenças podem ser ocasionadas por problemas
genéticos — como a displasia de Djiro — ou de coluna.
— A hérnia de coluna, também chamada de síndrome da cauda
equina, é outra complicação recorrente — diz.
A doença, causada pela combinação de artrose com
má-formação óssea, alterações degenerativas e articulações instáveis, pressiona
os nervos que passam pela coluna e raízes nervosas. De tanta dor, alguns cães
podem até se automultilar, mordendo os membros traseiros ou a cauda.
— Usamos anti-inflamatórios, analgésicos, antibióticos e
opioides para aliviar a dor, mas, dependendo da situação, o tratamento precisa
ser cirúrgico — completa José Lino Martins.
Para tratar o problema de forma adequada, a veterinária
Andrea Bonates ensina: é importante tomar uma série de medidas para transformar
a casa em um ambiente seguro para o animal. Se o cachorro estiver acima do
peso, começar uma dieta balanceada e com poucas calorias é a medida de
emergência. Lembre-se que seu pet está sentindo dor, então, evitar que ele
tenha acesso a escadas ou fique exposto a situações em que seja necessário se
movimentar em demasia é o segundo passo.
— O piso não pode ser muito liso, para que ele não
derrape e tenha firmeza ao andar — finaliza Andrea.
Após investigar a vida, o ambiente e a rotina do animal,
o procedimento médico inclui exames manuais e de raios x, para descobrir em
qual estágio a doença está.
— O tratamento é baseado em perda de peso, manejo do
ambiente e medicações — resume Andrea.
Ela explica ainda que esses medicamentos agem como regenaradores
da cartilagem, uma vez que são feitos à base de sulfato de condroitina —
substância que já faz parte da cartilagem articular. Os remédios repõem o
sulfato de condroitina perdido durante os processos degenerativos, além de
funcionarem como anti-inflamatórios.
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