O câncer de mama, doença alvo da campanha mundial Outubro
Rosa, não é exclusividade dos humanos. Na rede de hospitais veterinários Pet
Care, por exemplo, os tumores de mama correspondem a 53% de todos os casos de
câncer em cadelas e 17% em gatas atendidos pela equipe de Oncologia da rede.
“Esse índice reforça a necessidade de conscientizar os donos sobre a
importância dos exames periódicos e no diagnóstico precoce da doença, quando
normalmente não há sinal de desconforto ou dor”, explica o diretor clínico do
Pet Care, Marcelo Quinzani. “Quando o tratamento é precoce, as chances de cura
aumentam em 90%”, completa.
O diagnóstico de câncer de mama se faz pela observação de
nódulos, pólipos ou aumento de volume no tecido mamário. “Isso pode acontecer
pela observação visual ou pela palpação das mamas em um exame feito pelo
próprio dono no ambiente doméstico ou por um especialista no consultório
médico”, explica o veterinário. Apenas com o passar do tempo e crescimento do
nódulo podemocorrer dor, feridas na pele e presença de secreção de leite e/ou
secreção escura nos mamilos.
As causas
Quanto às causas do câncer de mama nos pets, Marcelo
Quinzani explica que existem três fatores principais envolvidos no aparecimento
de tumores em gatas e cadelas, lembrando que o uso de anticoncepcionais tem
relação direta com a doença, sendo fortemente contraindicados. “Observamos a
natureza genética, ambiental e hormonal. Sabemos que ele acontece com maior
frequência em fêmeas com idade entre 10 e 11 anos e também em fêmeas obesas.
Também existe predisposição racial, sendo menos comum em cadelas da raça Beagle
e Boxer”, explica.
Estudos já confirmam que a castração precoce é o
procedimento mais indicado na prevenção do tumor. “Sabe-se que a castração
antes do primeiro cio diminuiu para 0,5% a chance de desenvolver tumor de mama
em cadelas. Se a castração for realizada entre o primeiro e segundo cio, a
chance aumenta para 8% e, depois do segundo cio, para 26%. O controle de peso
também ajuda na prevenção”, diz Quinzani.
Diagnóstico e tratamento
O tratamento é sempre cirúrgico. O animal realiza exames
pré-anestésicos que incluem exame de sangue, exame do coração, raio-x de tórax
e ultrassom de abdômen. Após todos esses procedimentos, é realizada a cirurgia
da cadeia mamária acometida (total ou parcial), exame histopatológico (biópsia)
do nódulo removido cirurgicamente, seguido ou não de quimioterapia. “A
necessidade da quimioterapia vai depender do resultado obtido na biópsia, que
definirá se o tumor é maligno e, se for, qual o seu grau de malignidade”,
explica o veterinário. “Como a incidência de nódulos malignos nas mamas nas
cadelas é de 50% e, nas gatas, é de 80%, recomenda-se a retirada de todos os
nódulos de mama para avaliação”, completa.
Ainda segundo o especialista, o tratamento correto e
completo da doença é importante para que ela não se espalhe pelo corpo do pet,
através de metástases para os gânglios, pulmão, fígado, rins, ossos, coração e
pele.
Quimioterapia
As consequências da quimioterapia em animais são
diferentes do tratamento em humanos. “Normalmente eles não perdem pelo –
depende da raça e da droga utilizada – e são raros os casos de algum mal-estar
considerável”, explica Quinzani.
A quimioterapia pode envolver medicação oral, injetável,
diluída em soro ou a combinação de todas essas possibilidades, dependendo do
exame histopatológico – grau de malignidade – idade do animal e presença de
outras doenças. O número de sessões e frequência depende do protocolo adotado e
a maioria recebe medicação uma vez por semana durante três a seis meses. “Na
quase totalidade dos casos o animal não precisa ser anestesiado e recebe as
medicações sem trauma”, completa o veterinário.
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