Matar ou maltratar animais domésticos são crimes antigos, mas que continuam
revoltando. Durante todo o ano passado, foram registrados 39 casos desse tipo
de maus-tratos em Campo Grande.
De acordo com o titular da Decat (Delegacia Especializada de Repressão a
Crimes Ambientais e Proteção ao Turista), Antonio Silvano Rodrigues da Mota, em
relação a 2012, o número diminuiu 37%. Naquele ano foram 62 ocorrências.
Antonio explica que a diminuição dos casos tem ligação com a repercussão
que eles causam na sociedade. “Os veículos de comunicação tem grande papel
porque divulgam esses casos que chocam muita gente, assim as pessoas têm receio
de praticar a violência”, completa.
O delegado conta ainda que apesar da diminuição os casos continuam sendo
registrados. “Hoje mesmo registramos um caso desse tipo, eles continuam a
acontecer e as pessoas precisam se conscientizar”.
A presidente do Abrigo dos Bichos, Maíra Peixoto, explica que 90% dos
resgates feitos pela Ong são em decorrência de violências praticadas contra os
animais. “Não é só a agressão física que é considerada um mau trato, abandonar
o animal na rua também pode ser motivo para o dono responder por isso”, conta.
Os motivos para agredir um animal são inúmeros, mas muitas vezes
descontar no animal um problema vivenciado fora de casa é uma das
justificativas.
Cachorro está bem melhor depois do tratamento (Foto: Marcos Ermínio)
Entre as “armas” mais usadas pelos agressores para machucar os animais
estão pauladas e até o uso de água ou óleo fervendo. “Temos um cãozinho que
está em tratamento com a gente há três meses, não sabemos se jogaram água ou
óleo quente, mas ele ficou bastante machucado”.
Uma das recomendações é que as pessoas que encontrem animais vítimas de
agressão peçam aos tutores para que façam um termo de doação definitiva ao
abrigo. Dessa forma, os tutores não podem voltar a ter a guarda dos animais.
Segundo a legislação atual, quem for condenado no artigo 32 da Lei de
Crimes Ambientais, pode ficar preso de 3 meses a 1 ano. Já o artigo 164 do
Código Penal prevê pena de 15 dias a seis meses. Nos dois casos o condenado
também pode ser obrigado a pagar multa.
Fonte: Campo Grande News
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