quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Veterinário esclarece dúvidas para verificar se pet shop é confiável.



As cenas do espancamento de cães em uma pet shop no Rio revoltaram o Brasil.

O Fantástico mostrou o flagrante de uma covardia. O espancamento de cães em uma pet shop no Rio. Cenas de crueldade que revoltaram o Brasil.

Pra quem vive, todo dia, ao lado de um cão, ele não é um animal qualquer. Para Isis, o Yorkshire Oliver é um quase como um filho, companheiro, dócil. “Ele sempre foi muito bem tratado”, ela conta.

Tanto que há três anos ela gasta R$ 40 por semana pra manter a higiene do cão. O que ela não sabia era o que se passava no lugar onde ele tomava banho, a pet shop Quatro de Pattas, no Rio de Janeiro.

A proprietária da pet shop é Solange Barroso. Foi seu filho, Daniel, de 20 anos, quem protagonizou as cenas de agressão que foram ao ar esta semana. A câmera foi colocada por um ex-funcionário, insatisfeito.

Oliver levanta a cabeça e leva um tapa. A cena se repete. “Meu cachorro não apanha nem dentro de casa vai apanhar de um estranho porque está se mexendo pra tomar banho. Isso não existe”.

Para Ana Paula, Pink é como se fosse sua neta. Uma vira lata de três anos de idade com a energia de uma adolescente. “É minha companheira. Minha amiga”, afirmou Ana Paulo Siqueira Santos, professora.

Ela foi dada de presente ainda filhote pela própria dona da pet shop Quatro de Pattas. Pink também foi espancada. “No inicio, quando eu vi socando eu não vi que era ela. Ela tava dentro do tanque. Ele socava ela”.

Daniel amarra o focinho de Pink com violência. E ainda joga muita água. “Se ela é agitada. Se ela oferece risco. Qual a seria a atitude da pessoa que iria dar banho nela? Focinheira”, reclama Ana Paula.

Thor é um Labrador que abana o rabo quando está sendo colocado no tanque. Ele é a companhia de Vera. “Muito dócil, de uma raça muito gostosa, ele está sempre brincando”, conta Vera.

Mesmo quieto no tanque, o labrador leva uma série de socos na cabeça. E depois Daniel usa uma garrafa de plástico, ainda mais crueldade.

“Eu acho que ninguém tem o direito de maltratar um animal”, revela Vera.

Durante a semana, houve várias manifestações em frente ao pet shop. E caminhadas até a casa da proprietária. Ninguém tem notícia nem de Solange nem do filho. Antes de sumir, ela ficou assustada ao ver as imagens.

“Vou falar o quê? Vou falar o que vendo isso? Só dizer que ele já foi embora daqui, que ele não está mais trabalhando aqui. Isso não é do meu conhecimento. São coisas que acontecem num momento”, se defende.

Durante a semana, a entrada da loja foi toda pichada e, por isso, os proprietários do imóvel resolveram despejar os responsáveis pela pet shop. Até agora já foram abertos sete registros de ocorrência e o caso foi transferido para a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, porque maltratar animais é um crime ambiental, que pode dar de três meses a 1 ano de cadeia. Até agora, nem a dona do pet shop e nem o filho dela foram intimados a depor.

Mas como saber se a pet shop que você frequenta é confiável? O veterinário André Maia esclarece as principais dúvidas.

“Existem sinais clássicos de agressões, como hematoma, o animal mancando, dor local quando o proprietário toca, evidente, mas existem sinais que o animal não demonstra, como perda de peso, perda de pelo, alteração de humor, isso é difícil do proprietário avaliar, porque o animal quando chega em casa chega tão feliz de ter voltado de uma agressão que a demonstração de felicidade esconde os sintomas”, explica o veterinário André Maia.

Tem como saber se um pet shop é seguro? “A gente dá algumas sugestões: dentre elas que o pet ou grave e filme o banho. O funcionário tem que ser treinado, existem cursos pra isso, supervisionado por profissionais mais experientes. O ser humano precisa ser fiscalizado. Eu trabalho com dezenas de espécies há mais de vinte anos, o único que é covarde é o ser humano”, completa o veterinário.