terça-feira, 5 de novembro de 2013

Multinacional de cosméticos já utiliza métodos sem crueldade.


A L’Oréal, multinacional de produtos de beleza que desenvolve 1.500 novas fórmulas por ano, interrompeu todos os testes com animais desde março, devido a lei da União Europeia que proíbe o uso de cobaias para desenvolvimento de cosméticos.

Em meio à polêmica do Instituto Royal, que foi invadido por ativistas e teve 178 cães usados em pesquisas levados, a diretora de inovação da L’Oréal, Patricia Pineau, está no Rio para participar de uma conferência e falar sobre os novos métodos da empresa.

Como foi até que a L’Oréal deixasse de testar em cobaias?
Interrompemos os testes em animais em 1989 para produtos acabados. Começamos a rever os procedimentos de segurança. Esse processo começou dez anos antes, quando começamos a reproduzir em laboratório a pele humana. Reconstituímos também tecidos da córnea e mucosas que entram em contato com os produtos: nasais, pulmonares e labiais.

Quais são os métodos alternativos para fazer os testes?
Desenvolvemos cinco eixos de testes, nos quais antes eram usados animais: irritação cutânea e ocular, corrosão da pele, efeitos do sol, e a genotoxicidade (toxicidade nos genes). Mas não podemos reproduzir o efeito sistêmico no corpo, como o da alergia alimentar ou cutânea. Então, criamos uma estratégia de avaliação preditiva. Coletamos estudos de vários lugares e formamos um banco de dados. A partir de uma molécula, o computador cruza os dados e emite alertas sobre riscos de reação.

Quanto foi gasto para desenvolver as pesquisas?
Investimos US$ 800 milhões, desde 1979. Custa mais investir em pesquisa do que num zoológico particular. O que nos motivou não foi a vontade de vender mais, mas o princípio de que beleza não pode vir do sofrimento animal.

Críticos dizem que não se pode falar em cosméticos que não foram testados em animais, porque os componentes passaram por testes em cobaias.
É claro que a glicerina e o retinol foram testados em animais e estão nos produtos. Vamos continuar a desenvolver ingredientes e fórmulas, mas sem renegar o que foi descoberto.

Recentemente, ativistas invadiram um laboratório que usava cães como cobaias. Como a senhora vê essa situação?
Não conheço o caso Royal a fundo. Mas chegará a hora em que a ciência estará pronta para oferecer soluções de substituição. Otimistas dizem que nos testes de itens para sujeitos sadios isso será possível por completo em 10 anos. Para doentes, de 20 a 40 anos.

Fonte: Estado de São Paulo

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